RADIO ATITUDE RENOVADA

quinta-feira, 23 de abril de 2015

A Ignorância do conhecimento impõe jugo à Santidade

A igreja de Cristo tem andado dividida pregando uma contra as outras , temos visto em nossos dias o famoso vem pra cá, Deus está nessa igreja , a mão de Deus está aqui, a santidade está aqui. O que será que se ganha com isso não entendo e não quero entender, só vejo uma tamanha ignorância de pessoas que se dizem sábias. Igrejas que usam um pretenso demônio para zombar de outras e até para doutrinar seu povo com referência a usos e costumes e até pra perguntar onde Deus está se é nessa ou naquela igreja. Fico imaginando se terá valido a pena tanto engano. Vivemos no passado o escravismo dos usos e costumes , a restrição a televisão que enxotou muita gente de nossas igrejas, ainda bem que algumas igrejas mergulhando na palavra se livraram deste jugo que recaia principalmente sobre os jovens e as mulheres.
Mas por que existem essas restrições em muitas igrejas brasileiras ainda? São vários os motivos, dentre os quais se destaca o seguinte: Analisando as origens das primeiras igrejas pentecostais no Brasil, percebemos que surgiram nas regiões Norte/Nordeste."E quem viveu no interior do Nordeste, nos anos de 40-60, percebe que a beata católica tinha como características não se pintar, usar cabelos longos presos e roupas longas. Tal costume, então, ... é, na verdade, uma absorção da cultura católica popular, que depois se tornou doutrina." (CAVALCANTI, p. 145, 2000). Soma-se a isto o fato de que os missionários suecos que aqui chegaram eram extremamente rígidos (enquanto os norte-americanos eram mais "liberais") em relação a essas coisas.
Vou citar agora alguns exemplos fictícios: Deus ficaria satisfeito que um servo Seu fosse motivo de piadas e gozações sem necessidade? Ele gostaria de ver Sua serva com baixa autoestima quando olhasse no espelho e soubesse que não poderia fazer nada para melhorar a aparência? É obvio que não. Será que cuidar um pouco de si é afrontar a Deus?
Convido o leitor a analisar o capítulo 2 da Epístola aos Colossenses. Tendo em mente o que é doutrina humana e verdadeira doutrina (doutrina de Cristo), ficará tudo esclarecido após a leitura atenciosa desse texto. Vou destacar alguns versículos:
Col 2:8 – “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;” Pessoas escravizadas por tradições humanas, independentemente de quais sejam.
Col 2:11 –“ No qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo dos pecados da carne, pela circuncisão de Cristo;”
A verdadeira marca de Deus não é algo em nosso corpo e sim, algo que muda nossa vida, nossos atos. É produzir os frutos do Espírito relatados em Gálatas 5:22-24.
Col 2:16 e 17 – Não julgar ninguém com base na lei mosaica, como fazem alguns que usam o famoso "não haverá traje de homem na mulher..." (Deuteronômio 22:5).
Col 2: 20 a 23 “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados,
Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.”
Paulo chega a criticar a sujeição aos preceitos e aos ensinamentos de homens (entenda como “usos e costumes”), pois não tem nenhum valor espiritual. Apenas atuam na carne!
Assim, fica claro que os “usos e costumes” apenas criam confusões, mas são no mínimo extra-bíblicos. A adoção dessas práticas não são recomendadas, mas não são proibidas e se forem feitas com sinceridade (e não como forma de se achar mais santo que os demais), não influenciarão na salvação de ninguém, já que a mesma se dá pela nossa fé (“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.”)
(Efésios 2:8). Se um padrão de aparência nos levasse ao céu, todos saberiam quem seria salvo. Além disso, Cristo não precisaria morrer por nós, pois a lei era cheia de tradições e seria capaz de nos salvar. Entendo também que as tradições não terão nenhuma relação com galardão, por dois motivos: o galardão é dado a cada um segundo as suas obras (“Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.”)
(Mateus 16:27), e será que cuidar (ou deixar de cuidar) da própria aparência é uma obra? Obra é um reflexo da fé no Evangelho e o que tem a ver a mensagem de Cristo com usos e costumes? Em segundo lugar, se houvesse recompensa no céu para tradições humanas, Paulo e o próprio Jesus não criticariam tanto esses costumes (como aconteceu no caso dos fariseus).
A meu ver, com todo o respeito aos "pais" de muitas denominações, a Palavra de Deus foi distorcida devido a um zelo injustificado. Na busca incessante de fazer a vontade do Pai, cometeram exageros que, se beneficiaram a obra no início, trouxeram um grande prejuízo décadas depois. Alguns alegavam que existia respaldo bíblico e, por ignorância ou pelo não questionamento por parte dos fiéis, esses costumes foram passados como mandamentos de Deus. Quantas pessoas foram excluídas da “igreja” por desobediência a tais exigências? Poderíamos ter evitado muitos conflitos entre “igrejas”, menos divisões e, consequentemente, menos escândalos entre os chamados cristãos.
Vale dizer que mais pessoas no mundo criticam e zombam desse “uniforme” adotado por algumas denominações, do que o admiram. Infelizmente, deixamos de ganhar muitas almas e acabamos dizendo para o mundo que o Evangelho de Jesus é aparência, é não questionar o líder, é promessa de bênçãos e é barulho.
Não podemos "endeusar" as pessoas, como muitos fazem com os líderes religiosos... Todos somos humanos e erramos. Não é porque “homens de Deus” adotaram essas medidas no passado, que são boas. Talvez não prejudicaram tanto na época, pois era um costume do próprio país, independentemente da religião. Mas como vimos, o tempo passa e as coisas mudam. Perceba que até essas exigências, que eram muito maiores antigamente, tornaram-se mais leves. Mas se era pecado, por que deixou de ser? Devemos rever alguns conceitos e fazer o melhor para anunciar o puro Evangelho. Estejamos atentos para que não andemos enganados e enganado-nos a nós mesmos com um farisaísmo arcaico sem examinar a palavra como é necessário, nos colocando como juízes, ocupando o lugar de Deus.

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